sábado, 29 de dezembro de 2007

As frutas vieram rolando trazidas pelo vento. As maçãs bateram tanto uma nas outras até se transformarem em papinha. É tudo um vento gordo e grávido, com uma garotinha chorando no centro, uma garotinha com a coluna enovelada sobre si mesma, corcunda, carente, amorfa como a massa viscosa e interior de uma barata. E aquela âncora lançada ao mar como se fosse a última esperança. Não devia ter ancorado ali, tão certa de que fazia o certo. O vento rodopiava, insano: a garota deu um tiro no próprio ouvido como se clicasse num botão para acender a luz.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Muito se fala em fim da arte. A arte não chegou ao fim, apenas mudou o seu conceito. A arte puramente estética chegou ao fim, sim. Arte não é para enfeitar, para decorar casas. A arte hoje em dia precisa de todo um aparato teórico para justificá-la, seja lá o que for essa arte. Arte é para se fazer pensar, indiferente a qualquer utilitarismo prático. Para enfeitar casas existem empresas de decoração, como a que já citei num post aqui. E a arte está muito além disso.
Link do post de outro blog meu cujo tema se interrelaciona com esse aqui:
e sua continuação:

domingo, 16 de dezembro de 2007

Naquela tarde em que senti seu perfume doce... e você nem estava presente, ao contrário, a 7 horas de distância no mínimo. Fada invisível, você veio me visitar. E suas asas viraram perfume e entraram pelas minhas narinas...

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

já contaram nos dedos as pessoas com as quais podemos conversar sobre literatura sem ser pelo viés do senso comum? ô doido! Quanta gente fútil existe nesse mundo!

válvulas de escape

a vida é tão chata e as pessoas que nos rodeiam, tão vazias, que é por isso que temos realmente que encher a cara de cigarro e bebidas alcoólicas

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

O medo me oprime. Paira sobre mim como um grande corvo etéreo e negro que me envolve com suas asas. E me sufoca: falta o ar: asfixio: medo de quê? Não sei...