quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Paracetamol: quase um batom no impressionismo fotográfico.

Esperando Freud

Já que o Zander - roubei um amigo da Maíra. Mas não tem problema, eu divido o Zé com ela - falou de um sonho seu num post, vou descrever o meu último que foi total "non-sense", como costumam ser a maioria dos meus. Eu estava no casamento de um "peguete" meu. O casamento foi assim - ele é ator realmente: ele encenou uma esquete em que ficou com uma garota, com a que julguei que fosse com quem ele iria casar. Como eu não gostei do fim da esquete, eu fiz uma outra em que, encenando eu mesma, no final eu e o meu "peguete" nos "atracávamos" - detalhes não precisam ser pormenorizados. Depois então que realmente nos atracamos, apareceu a mãe dele, que na vida real não conheço, mas no sonho era uma chata - e fútil (queria uma festa apresentável para os convidados dela): então ela me fez sentar numa mesa, disse que agora o casamento iria realmente começar e, pra meu desepero, outra esquete: mas o desesperador era que no final ele casava com outra garota, que não era nem a da primeira esquete. Isso depois de nosso "atraque profundo", pra minha decepção. O mais "non-sense" foi depois. Num setor de uma faculdade vi um ritual satânico realizado com crianças dentro de uma sala fechada - eu vi pela janela - e fui denunciá-lo. Só que, já no caminhar para fazê-lo, "caiu a ficha" de que eu deveria denunciá-lo em outro setor, porque aquele deveria estar - e realmente estava - todo comprometido. Então eu encontrei um homem e disse "eu quero falar com o supervisor". Ele respondeu: "eu vou com você" e me abraçou como um segurança faria com um menor infrator, com força pra não me deixar me desprender mas ao mesmo tempo com certa proteção. Começamos a subir um monte de escadas com ele me abraçando e depois de certo tempo estávamos voando, voamos muito alto até chegar numa lâmina rochosa que ficava suspensa no ar e onde estavam várias pessoas que faziam parte de uma espécie de máfia. Daí pra frente não recordo muito bem de nada, mas se você, que está lendo isso, esperava um fim coerente, bem, meus sonhos são todos assim. Meu inconsciente supera Buñuel.
Tarefa do livro

Li no blogue Boa Noite Cinderella a seguinte tarefa (ou meme, ou corrente, ou praga):
1.- Pegar um livro próximo (PRÓXIMO, não procure);2.- Abra-o na página 161;3.- Procurar a 5ª frase, completa;4.- Postar essa frase em seu blog;5.- Não escolher a melhor frase nem o melhor livro;6.- Repassar para outros 5 blogs.

> Livro: O Silêncio da Chuva, do Luiz Alfredo Garcia-Roza
> Quinta frase completa: “A boca seca pelo vinho fez com que me levantasse à procura de água.”

by http://www.z-cp.com/

Minha tarefa: Livro: Alegria Breve, de Vergílio Ferreira

Quinta frase: "Ninguém me ouvia: acaso falei?"

Aliás, esse capítulo é ótimo: o narrador zoando a imprensa (nada contra os jornalistas, Táia. Ou melhor, quase tudo - eu posso falar pois quase me tornei uma. Mas arranjei uma profissão mais digna. Não pelo salário de merda, obviamente. Pra quem não sabe, sou professora).

Tautologia

Meu corpo inteiro
sorri
ao vê-lo

Palavras se abraçam
ao pensar
em você

Sou repetitiva,
quase obcecada
Da boca pra dentro,
só falo em você

Faço versos sem rimas
que nunca tocarão
seus olhos

Tudo o que calo é da boca pra fora.

(créditos: http://cabriolas.blogspot.com/)

segunda-feira, 24 de setembro de 2007



Roubando um post com o qual eu me identifiquei, de um flog muito bom!


Por hoje, cesso de adensar. Só quero uma superfície calma e macia, onde eu possa descansar a minha espera. Penso-te. Derramo-me em fios de lã, procurando uma mudez entre os lençóis. Penso-te. Ao teu lado (eu), pronunciando teu nome, tomando cuidado em prolongar tuas duas últimas sílabas, te retendo por mais tempo em minha boca. De quando éramos: eu te propunha caminhos. sugeria curvas. tomava o cuidado de não te apontar um destino. um destino qualquer nos mataria. sempre fomos do andar, do percorrer. nunca do encontrar. Agora tudo o que sinto é úmido e salgado, sentires de lágrima e de água do mar. Começas lentamente a perder a cor. Tuas matizes se confundem. Desbotas. Não te conto para ninguém. Penso(te): não existe o tempo, existe apenas a distância. Um corpo que marca o outro e depois se esvai.
Foto: Man Ray – Tears
"Ah, se tu soubesses como é dura a minha sorte. Mas é essa a minha glória, porque é da escuridão mais funda que sobe a árvore mais alta."

(Vergílio Ferreira, Alegria Breve)
"A explicação de nós, do que fazemos e vivemos, é tão ridícula. No fim de contas, apenas constatamos. Mas inventar o porquê, formular uma lei, dá-nos a pequena ilusão de dominarmos o desconhecido. Não dominamos nada: conhecemos apenas a nossa fatalidade."

(Vergílio Ferreira, Alegria Breve)

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Sinto-me como uma madeira seca, oca, podre: sem vida, sem conteúdo, sem seiva bruta nem elaborada. Tronco cortado a machadadas. Longe de suas raízes, sem nunca ter dado frutos e prestes a ser carcomido por cupins. Pelo menos serei alimento a alguns seres depois de uma vida sem préstimo!

terça-feira, 18 de setembro de 2007

A gema de ovo dourada descia no poente contra o preto esverdeado das árvores e a clara celeste se avermelhava.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

quarta-feira, 12 de setembro de 2007


Eis o absurdo

ou
O Surto

(a Camus)

Enquanto eu sentia o sussurrar do além-banal
aquela manada rugia seu silêncio como rinocerontes lutando
batento seus chifres entre si
exalando hormônios que se evolavam no ar
sem nenhuma aplicação consistente
e seu brado era branco
e surdo
ao meu apelo.

Abriu-se uma fenda
entre mim e o mundo.

Haviam dois mundos paralelos.

E eu não pude conter
o furor emanado pela cisão.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Vejam como estou brega II

Mutante
Rita Lee

Composição: Rita Lee - Roberto de Carvalho

Juro que não vai doer
Se um dia eu roubar
O seu anel de brilhantes
Afinal de contas dei meu coração
E você pôs na estante
Como um troféu
No meio da bugiganga
Você me deixou de tanga
Ai de mim que sou romântica!

Kiss baby, kiss me baby, kiss me
Pena que você não me kiss
Não me suicidei por um triz
Ai de mim que sou assim!

Quando eu me sinto um pouco rejeitada
Me dá um nó na garganta
Choro até secar a alma de toda mágoa
Depois eu passo pra outra
Como mutante
No fundo sempre sozinho
Seguindo o meu caminho
Ai de mim que sou romântica!

Kiss baby, kiss me baby, kiss me
Pena que você não me kiss
Não me suicidei por um triz
Ai de mim que sou assim!

Vejam como estou brega

(O Faith no more num funcionou, não. Nem o Metallica e nem o Sepultura. A paixão tem imunidade alta... vou ver se baixo umas músicas do Obtuary...)

Pra Você Eu Digo Sim
(versão de Rita Lee para "If I feel", dos Beatles)

Se eu me apaixonar
Vê se não vai debochar
Da minha confusão
Uma vez me apaixonei
E não foi o que pensei
Estou só desde então...

Se eu me entregar total
Meu medo é
Você pensar que eu
Sou superficial...

Se eu não fizer
Amor
assim sem mais
Se você brigar
E for
Correndo atrás de alguém
Não vou suportar
A dor de ver
Que eu perdi
Mais uma vez meu amor
Uuuuh!...

Mas se eu sentir
Que nós estamos juntos
Longe ou a sós
No mundo e além
Pode crer que tudo bem
O amor só precisa de nós dois
Mais ninguém
Uuuuh!...

Se você quiser
Ser meu namoradinho
E me der o seu carinho
Sem ter fim
Prá você eu digo:
Sim!...

domingo, 9 de setembro de 2007

Tá bom, gatinho, já exorcisei meus monstros ouvindo Faith no more! E foi uma paixão tão fuleira que nem precisou de um Sepultura, haha! Muito menos um Obtuary, que você nem deve saber o que é, seu idiota!
vou processar meu inconsciente
por ter se (me) apaixonado por um indigente
tenho provas guardadas em gavetas
de que o meu inconsciente é responsável
pelas minhas turbulentas metas
vou processá-lo
exorcizá-lo
da minha mente

porque ele mente
me engana
me fere
me polui

Ui!
que raiva
inconsciente do inferno
(pior que o descrito por Dante)
não mereceria isso
nem mesmo um elefante!

Planos macabros
tramados contra mim
já declarei
uma guerra sem fim!

sábado, 8 de setembro de 2007

Ai, que vontade! III

Ai, que vontade
de não ter mais vontade!

Ai, que vontade! II

Ai, que vontade
de rabiscar
de me matar
de pular a cerca
de mudar a rota
soltar um arroto
alterar a meta
dar a boceta.

De bocejar
me masturbar
fugir do lar
de assassinar
(a psicóloga).

Ai, que vontade
de assinar o divórcio
me entregar ao ócio
comer silício
cair no vício.

Andar pra trás
que me desfaz
essa sua ausência.

De seqüestrá-lo
e estuprá-lo
e saciá-lo.

De ficar nua
no meio da rua
de comer sopa
andar na garupa
da sua moto.

Beijar sua foto
ser sua puta
comer farofa
ser terremoto.

De serenar
de chover
de tempestar
pra encharcá-lo.

Esfaquear o galo
queimar dinheiro
ir no banheiro
e vomitar
o mundo inteiro!

Ai, que vontade!

Ai, que vontade
de quebrar a casa
de quebrar a cara
de quebrar o canto
o encanto,
o conto,
o verso, a rima.

Que vontade
de pôr fogo na cama
de queimar a Bíblia
de queimar incenso
de queimar um.

De cagar no mundo
de parir uma vela
e soltar um pum!

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Ainda sobre o anti-americanismo

Como se pode apreender do título do post anterior, estive participando da V Semana de Pesquisa em Letras nos últimos dias, inclusive fui eleita por uma das organizadoras do evento como a participante mais assídua do mesmo. Então, resolvi relaxar jogando um video-game desses que se baixam da internet, o Castle of Illusion, joguinho que tem como protagonista o Mickey, que eu costumava jogar no Master System durante minha adolescência, já que eu não tinha moral ($) para ter o Mega Drive, video-game mais "evoluído" da mesma marca (Sega). E, jogando, pensei que, por mais que já tenham chamado o Walt Disney até de assexuado - o que não deixa de ser relevante - e acusado-o de ter cooperado com a Política da Boa Vizinhança estadunidense (Zé Carioca, exemplo gritante), não é nada tão pútrido assim usufruir dos personagens da "Coca-cola do desenho animado". O problema é só absorvermos o que vem de fora, só importarmos, a troca deveria ser de mão-dupla, num nível equivalente, o que não é o que acontece. Pouquíssimos americanos já devem ter ouvido falar em Maurício de Souza (muito superior a Disney, aliás), apesar de, já faz certo tempo, eu ter lido em algum lugar que o Maurício ia publicar gibis nos EUA (só que, pasmem, com a condição de seus personagens terem que freqüentar a escola e usar calçados, o que a maioria deles - seus personagens - não faz. Será exigência da Nike, a "Coca-cola dos calçados"? Seria muito perigoso para ela que os americanos resolvessem sair por aí andando descalço, como o faz a Mônica). Enfim, deveria haver realmente uma globalização, e não uma americanização, que é o que acontece!

Na V Semana de Pesquisa em Letras da UFES, durante um dos simpósios (não foi o no qual apresentei comunicação)

Eu:
sufocada.
Um monstro boschniano devorando-me por dentro.
Triturando, deglutindo meu coração.
Ao "cadáver ambulante" X. Diógenes:

- Tim Burton o adoraria como protagonista...

segunda-feira, 3 de setembro de 2007