As frutas vieram rolando trazidas pelo vento. As maçãs bateram tanto uma nas outras até se transformarem em papinha. É tudo um vento gordo e grávido, com uma garotinha chorando no centro, uma garotinha com a coluna enovelada sobre si mesma, corcunda, carente, amorfa como a massa viscosa e interior de uma barata. E aquela âncora lançada ao mar como se fosse a última esperança. Não devia ter ancorado ali, tão certa de que fazia o certo. O vento rodopiava, insano: a garota deu um tiro no próprio ouvido como se clicasse num botão para acender a luz.
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2 comentários:
Que confuso!
Me sinto como a garotinha, como se o vento fosse me domar.
Mas não quero acender a luz.O escuro me faz bem, ás vezes.
Ótimo, Cacau!
Beijão!
Nossa, Cacau.
Que texto MARAVILHOSO.
beijo.
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