domingo, 20 de abril de 2008

A Onfray

No post do blog do colega, a pergunta: "Qual o seu maior desejo?" Uma das respostas: "Ser rica." Então eu penso que é provavelmente a mesma resposta que a minha, embora eu tenha passado toda a vida negando esse desejo por causa da educação religiosa que tive reprovando a vida material. E se eu tivesse sido mais ambiciosa, mais inteligente e mais hedonista (ou seja: menos religiosa), teria cursado uma faculdade que pudesse me levar a exercer uma profissão melhor, ao invés de ter me tornado professora e ganhar uma mixaria como salário, como é a realidade atual! Resumindo: sou infeliz e muito provavelmente a religião é uma das culpadas por isso, inclusive culpada com certeza por me fazer sentir culpa (não a culpa sexual - que essa não tenho - já que os freudianos de plantão insistem que tudo é relacionado a sexo. Mas lembrar-me da culpa sexual fez vir à minha cabeça uma sátira da revista TPM: Nina Lemos criou o "Santo padroeiro da culpa católica", com uma página com 6 santinhos para se recortar e distribuir - à moda dos fiéis - com a foto de um "santo" gato com o pau na mão, e uma oração irônica na parte de trás. A TPM é bem superficialzinha, coitada, mas, atire na igreja católica - sim, com letra minúscula - e me conquiste. Aliás, não é que o Papa Bento XVI tem sido mais coerente ultimamente? Deve ter visto que fez muita merda, deve ter percebido estar indo contra a opinião pública. Mas mais retrógrado que ser contra as pesquisas com células-tronco embrionárias, não há!)

8 comentários:

Cacau disse...

Pensando bem, o Papa faz é jogo pra simular uma influência relevante, daí as atitudes "coerentes"...

Unknown disse...

Desejos são complicados...
Temos os mais profundos, os mais insanos e os que não queremos ter mais ali estão...
Temos os de momento, os de estação...

Queria também ler todos os livros... Todos, ter o controle do tempo que que isso fosse possível x)

Já a igreja... Ainda não sei como existe.

E o papa quer ser pop...

:*

Lidiane disse...

Fácil culpar o mundo.
Quero ver, de verdade, gentes que olhe pra dentro e ao invés de culpa, veja saída.

Beijo.

Cacau disse...

Quem mandou eu achar q blog é divã?

Cacau disse...

(mas eu tinha q exteriorizar essas reflexões. O blog pra mim às vezes é sim uma válvula de escape)

J.M. de Castro disse...

Viu, saiu o texto sobre o Onfray e a culpa. Sabia que ia sair. Questão de tempo apenas. E parece que a fonte está voltando a jorrar bem, diques que se segurem!!
E a culpa não é tão nossa culpa assim. Coisas que vem da tradição, de longe, e que nos formam sem o nosso consentimento. Quanto ressentimento há em nós!! Nietzsche já tinha visto isso lá atrás, um ressentimento que desrespeita a vida, o hedonismo, a vontade de querer. Eis uma parte do catolicismo que não precisa estar na igreja para exercer a sua força. E a nossa luta continuará sempre para dar a vida alguma dignidade.

J.M. de Castro disse...

Faltou a crase no "dar à vida"..hehe

Coral disse...

Ok, talvez seja realmente anti-ético que mulheres vendam seus embriões para que sejam realizadas pesquisas. Então é ético que os homens vendam seu sêmen? Se o sêmen não é um indivíduo, talvez o feto também não seja (só o é em potencial - assim como o sêmen). Para Richard Dawkins, o feto, que não possui "mais sentimento humano que uma ameba, goza de respeito e proteção legal muito maiores do que aqueles dispensados a um chimpanzé adulto. No entanto, o chimpanzé sente, pensa e - segundo evidência experimental recente - talvez seja até capaz de aprender uma linguagem humana. O feto pertence a nossa própria espécie e por causa disto imediamtamente lhe são conferidos privilégios e direitos especiais. Se a ética do 'especismo', para usar o termo de Richard Ryder, pode ser apoiado em um fundamento lógico mais sólida do que a ética do 'racismo', eu não sei. O que sei é que ela não tem base adequada na biologia evolutiva".