sábado, 3 de novembro de 2007

Poema para chamar Leão

Quem deseja caminhar até o Sol
Com passos lentos sobre um rastro de luz
Como um Pequeno Príncipe
saindo do Pólo-Norte até o Astro-Rei

Tem que ir com calma
Para não despencar do raio quente
Caindo numa poça de gelo.
E então tudo será frustração.

De remar congelando na neve.
Mas se tiver a sorte de encontrar um Leão
Que com sua juba quente
O aqueça do frio
Então poderá talvez sair do rio
De pura amargura e estagnação.

Pássaro alvo que plana.
Na relva garoada de gelo
Atenda ao meu apelo
Evitando a coruja que esplana.

Então alcançarei o apuro
Darei adeus ao agouro
Minh'alma brilhará como ouro
De barra em quilate puro.

E tudo será puro deleite
Gota de mel no leite
Porta aberta da gaiola
E deixarei de ser tola.

Caminho aberto
Longe da arapuca
Brilho de rosa púrpura
Mão enfiada na cumbuca.

Abandonarei a jaula
Livrarei-me desta aula
Que só me reveste de ignorância
E nunca mais terei ânsia.

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