terça-feira, 10 de julho de 2007

Henry David Thoreau, em seu livro Walden

"No soldado atingido por um a bala, os farrapos caem tão bem como um manto de púrpura."
" O homem que afinal encontrou algo a fazer não precisa de um traje novo para executá-lo. Aquele empoeirado, esquecido no sótão por tempo indeterminado, lhe servirá bem. Por isso vos digo, cuidado com os empreendimentos que exigem roupas novas em vez de novos usuários. Se não há como um homem novo, como roupas novas poderiam ajustar-se a ele? Se tendes em vista algum empreendimento, tenta-o com vossas roupas usadas. (...) as roupas portanto não passam da mais superficial epiderme e são puro incômodo. Se assim não pensarmos, estaremos navegando sob falsas bandeiras e no final seremos rejeitados quer diante de nós, quer diante da opinião pública."
"Reis e rainhas que usam um traje apenas uma vez, feito sob medida pelo alfaiate ou costureiro de Sua Majestade, desconhecem o conforto de continuar sentindo uma roupa que assenta bem, e nessa condição se equiparam a cabides de madeira em que se penduram coisas limpas. Cada dia que passa mais nossas roupas se assimilam a nós, recebendo a marca da personalidade de quem as veste, de tal modo que hesitamos ao abandoná-las(...) Vesti um espantalho com o vosso último traje e ficai nu a seu lado: quem não saudaria primeiro o espantalho?"

2 comentários:

J.M. de Castro disse...

E agora, com que roupa eu vou? Pra samba que vc me convidou...rsrs... a roupa de todo dia e repetida que cada vez mais faço ser minha...e passar por entre as coisas a ser ...roupa, livros,aqueles objetos que tocamos. Se compramos e somos sempre em nome de uma marca, de uma etiqueta, não fazemos uma mímeses bem rasa e sem intenção? Aliás, se não usarmos de nós mesmos nem intenção haverá...

Coral disse...

corrigindo: sétima linha_ "Se não há um homem novo, como roupas novas poderiam ajustar-se a ele?"