Arrancava grandes mordidas secas da maçã; na parte cor de marfim da fruta via-se o sangue derivado da gengivite de quem a deglutia. O som de sua mastigação era o de um coelho degustando uma cenoura.
Acabou de comer a fruta, com casca e tudo, e jogou fora o miolo com a semente. Jogou na calçada, onde talvez brotassem macieiras de lixo, vermes, bactérias e moscas. Para não falar nos ratos e baratas.
Chegou em seu prédio e subiu as escadas, lépida, de dois em dois degraus.
Mas logo uma moleza começou a comer-lhe os ossos e ela foi dormir, como fazia quase sempre.
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